sexta-feira, 25 de setembro de 2009

DESCAMINHOS SOMBRIOS


Desorientado, disperso, sem rumo ou direção

Cansado e inquieto, em completa perdição

O manto negro da noite zombava de mim

Sem saber o que fazer, esperava pelo fim


Sem estrelas no céu, sem referência a seguir

A esperança em meu peito ameaçava ruir

Densa mata, encorpada, uma cortina cerrada

Triste sina elaborada por uma rota mal traçada


Pesadas gotas derramadas com dor e fúria

Açoites selvagens, desolação em um canto

Chuva e lágrimas mescladas, ingrato pranto

Ninguém para ouvir o som da triste lamúria


O ribombar de um trovão fez disparar o coração

Mas o clarão na imensidão acendeu minha visão

Entre os arbustos surgia uma passagem anormal

Envolta em trevas, ameaçadora, era a saída, afinal


Mergulhei na escuridão com um andar hesitante

Sombras soturnas, traiçoeiras, por ali se estendiam

Vislumbrei em todo chão uma névoa nauseante

Sufocantes sensações que pelo medo me prendiam


Tentei gritar, tentei fugir, voz e pernas não obedeciam

Gargalhada insana a que ecoou pela extensão daquela trilha

Figuras estranhas, desconexas, surgiam e desapareciam

Mas era humana a que sorria, uma macabra mulher andarilha


Crus e castanhos os caracóis que pendiam de sua cabeça

Em escarlate vivo se tornaram, por mais incrível que pareça

Como chamas, brasas vis, seus olhos vítreos insistiam em faiscar

Dos lábios rubros, as notas firmes, força nefasta a me dominar


A melodia irresistível me falava direto à mente

Dizia-me que tudo não era um sonho somente

Ela queria minha vida, minha carne, o sangue e a alma

E com seu canto falava isso, voz plácida, serena, calma


Então entendi que a dama daquela terra, eterna rainha

Dos descaminhos sombrios, ceifava vidas, como a minha
Guiava os perdidos num percurso hediondo, sem retorno

Meu corpo era arrastado, derramava o sangue morno


Manchava o barro, queimava o espírito, pele dilacerada

Ainda esbarro em rochas frias, vejo uma lâmina afiada

Ela me diz que uma vez ali, não há jeito de escapar

A foice sobe, o golpe vem, para sempre me silenciar


Um pensamento surge, enquanto sinto minha vida sumir

Para fora do meu corpo, toda a energia segue livre a fluir

Pela escuridão daquele caminho eu não deveria seguir

Ali nenhuma salvação, apenas maldição poderia existir



Valeu Tânia!

6 comentários:

  1. Flávio, confesso que estou emocionada, aprecio sinceramente seus contos e esse poema quero guardar com todo carinho, ah, é tão sombrio e tão triste, como eu gosto!! Gracias!!!!

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  2. pois é meu amigo flavio a divulgação é bem importante,pois se o livro é bom todos devem saber, gostei do post.

    inté..

    abraços*-*

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  3. Oi Flavio,
    Vc nem me avisou q incluiu meu banner no seu blog moço...se eu soubesse já teria incluido o seu tb..mas vou fazer isso agora...
    olha nunca havia vindo aqui...e adorei seu blog, textos maravilhosos,vou vir aqui sempre q puder viu?

    Sucesso pra vc!
    E Bom domingo...
    Bjks,
    .::Clau::.

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  4. oi th 1 selo para ti no meu blog ;*
    espero k gostes..é para ti..vai buscá-lo :)

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  5. th 1 sello para vc no meu blog passa la p apanhares :D

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  6. Olá Flávio! Adicionei seu banner nos meus dois blogs ativos, A Lua Mortal e A Biblioteca Mal-Assombrada. Percebo que vc já tem o banner da Lua Mortal. Se de repente vc quiser adicionar o banner da biblioteca, eu agradeço, rsrs.

    Ah, não sei se vc é de São Paulo, mas se for, está convidado para o lançamento do livro que estou participando, o Galeria do Sobrenatural. Detalhes do evento no endereço abaixo:

    http://luamortal.blogspot.com/2009/10/nova-participacao-literaria-dessa-vez.html

    Ah, e se de repente vc puder dar uma ajudinha na divulgação (colando no seu blog o convite para o evento), eu agradeceria. Mas se não for possível, não tem problema. O mais importante é vc comparecer no evento (se possível for, é claro).

    Abraços!

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